O idiota e o Empirismo Britânico (II).
Alguém me chamou de idiota. É possível que assim seja.
Antes de tentar uma resposta, vou contar o que me aconteceu esses dias. Desci a rua onde moro, e subiam três deficientes, empurrando pela calçada suas bicicletas carregadas. Tentei prestar a atenção, e não entendi o que diziam. Um deles na verdade parecia morder a língua, ou outro falava de um jeito estridente, e a moça arrastava os pés, vitima de uma lordose impressionante. Mas riam e se divertiam, e pareciam estar se entendendo bem. Olhei para frente, e logo a minha frente descia um grupo de rapazes de uns vinte e cinco anos. Um deles mais alto, negro, cabelo cheio de trancinhas, roupas coloridas andava um gingado sobre pernas fortes e ágeis. Notei, no entanto, que ele não possuía nenhum dos braços, vítima da uma má formação. Iam alegres, seguros, festivos e sorridentes.
Imaginei o que aconteceria se eu o chamasse, e dissesse: você é deficiente, não pode estar feliz, sua vida será um martírio, você sofrerá e fará sofrer... Suicide-se. Ele me responderia cara você não sabe de nada, eu jogo futebol dez vezes mais rápido que você. Eu não assinarei cheques sem fundo, não roubarei carteiras, minha mãe me ama, e eu amo minha mulher. Então eu envergonhado diria, tentando consertar... Quem sabe a gente possa fazer algo para minorar a sua deficiência... Um braço mecânico, uma técnica de melhor aproveitamento dos seus cotós. Ele diria: cara eu não quero ser um robô, e se eu te contar o que faço com os meus cotós, você não acreditaria. Teria então me calado, na minha presunção de ser sadio, rabugento, infeliz, crítico... E... idiota.
Bem, posto isso, posso tentar responder. O motivo do insulto foi o meu “Monismo” cartesiano. Espera-se talvez que alguém que se diga Psicólogo, seja dono de uma doutrina perfeita, de uma escola definida, capaz de preencher algum tipo de expectativa de alguém. Esse sim é um baita profissional. Fico, no entanto, com um pé atrás, pois não estou aqui para viver ou preencher a expeditiva de ninguém, salvo Deus. A verdade é uma só, as pessoas não lêem, não pensam sobre o que lêem. Assim, é comum, as pessoas reconhecerem um erro ortográfico, e rapidamente concluírem, esse cara não sabe escrever, portanto não sabe nada. Às vezes esse cara que não sabe escrever, não sabe escrever bem em cinco ou seis línguas. Outras vezes ele apenas não sabe escrever, como outros não sabem desenhar, ou dirigir automóveis, ou pilotar aviões, ou cozinhar. Assim, outras são capazes de datilografar sem erros, todavia não são capazes de comentar o que escreveram, ou reproduziram, é outro tipo de deficiência. Fôssemos todos perfeitos e educados ao Máximo possível, ainda assim não seríamos auto-suficientes, precisamos de complementos, de auxilio, de comentários, de correções, de ajuda. Ah! Meu caro ofensor, se você fosse capaz de saber o que faço com minhas deficiências... Eu poderia perguntar, qual de nós dois é o idiota? Nenhum.
Com a vida religiosa, eu aprendi algo, Deus, autor de toda Boa Obra, escolhe ferramentas frágeis, imperfeitas (instrumentos humanos) para mostrar que a obra é Dele, e não do instrumento. O meu computador é um VAIO, e daí, ele não escreve sozinho, e eu, já bem usadinho, cheio de defeitos, nada faço de bom sem Deus.
Meu amigo se tivesse lido na integra o texto, teria visto que esta escrito que encontro contradições nos comentários e interpretações sobre o pensamento de Descartes. Leria que eu não li, nem lerei os originais do homem. Leria que eu estou dizendo, que mentes de elite, quando querem que algo venha em socorro de seus ideais, tudo, inclusive chamar aos outros de idiota lhes serve. Lêem mas não vêem. E quando vêem, não refletem. Quanto mais, os senhores, perceberem as minhas deficiências, os meus cotós da alma, mais surpreendente haverá de lhes parecer a minha obra. Já viram um sujeito pintar com os pés? Ou escrever com a boca. É emocionante, e surpreendente. Pois é, a minha obra também é surpreendente, e um dia vocês entenderão o porquê. Sentei nos bancos escolares como qualquer gênio faria. Passei no vestibular duas vezes, uma em sétimo lugar, outra em 156º. Estive mais uma vez numa universidade como pós graduado, curso que não completei. Estive diante de mestres, e doutos, porque não me reprovaram? Afinal, eu recebi o meu primeiro diploma, tardiamente, trinta anos atrás.
E registraram o meu CRP. Deram alvará ao meu Consultório, me permitiram até cobrar pelo meu serviço... E eu agora lhes dou de graça o que colhi.
David Hume estudou 25 anos para publicar o seu livro “Ensaio sobre o entendimento humano” aos 57 anos de idade. Não é uma obra cabal, certamente há o que ser criticado. A ciência, no seu senso prático, deveria mudar o mundo. Como o Empirismo fundamenta-se no associacionismo de Aristóteles ( 330-380 aC), e David Hume, viveu por volta de 1700, nesse período, o mundo conheceu Buda, Maomé, Jesus Cristo. Esses três últimos verdadeiramente marcaram o tempo humano, um é preciso que se diga, é o eixo de nossos relógios, antes dele e depois dele. Não me consta, caro colega, que Tomaz Hobbes (1651); John Lock (1700); o bispo George Berkeley (1733); David Hume (1739); David Harteley (1749); James Mill (1829); John Stuart Mill (1843); Alexander Bain (1855) e Hebert Spencer (1855) companheiro de túmulo de Karl Marx, sendo os principais do Empirismo Britânico, tenham de fato mudado o Mundo, muito menos Eu, Wallace Req Rio, tenho essa pretensão.
Meu padrinho é cego. Quando ele nota que não estão lhe prestando atenção, ele introduz ao que esta falando, algo verdadeiramente absurdo, e se diverte, porque as pessoas não se dão conta.
Apenas dois comentários, tive nesse nosso humilde Blog, ambos foram duramente críticos, como se eu, dirigindo em uma grande cidade, tivesse feito uma barbeiragem... Oh! Seu barbeiro. Tirou carteira pelo telefone? Não. Eu a tirei por teimosia, eu a tirei para mostrar que posso errar.
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